A sociedade contemporânea tem passado por expressivas transformações. Essas transformações, na maioria das vezes, originam-se de projetos com princípios neoliberais e na globalização da economia que tem norteado as políticas governamentais.
Vivemos uma sociedade de projetos. Provavelmente na história da humanidade nunca se planejou tanto o futuro como agora. Existem projetos políticos para todas as áreas (econômicas, sociais, culturais e educacionais, entre outros). O projeto serve para pensar o futuro.
Numa perspectiva de uma escola democrática na construção de uma sociedade participativa, o PPP (Projeto Político Pedagógico) resiste às orientações do Banco Mundial e se contrapõe ao PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação). O PPP traça o seu caminho tendo como princípio a participação de todos os segmentos escolares. Ao desenvolvê-lo as pessoas ressignificam e resgatam suas experiências, refletem sobre as suas práticas e demonstram seus saberes.
“A escola deve ser um espaço onde todos participam do planejamento e execução de todas as suas ações, onde o conjunto de valores normas e relações obedecem a uma dinâmica singular e viva.” (VEIGA; RESENDE, 1998)
Portanto, a escola vive, ou deveria viver, em função do projeto político pedagógico, tendo como meta o rompimento da organização escolar que reproduz de forma imitativa e acrítica os padrões de organização da produção e do trabalho do modelo taylorista-fordista. Tal como na fábrica organizada de forma vertical, cumprindo tarefas em tempos pré-determinados, cuja finalidade é formar para o mercado.
Afinal é preciso planejar as ações educativas da mesma forma como se planejam outros espaços da vida e da sociedade. Nesse contexto, surgem alguns questionamentos junto aos educadores e demais agentes escolares: qual o papel da escola? Qual a melhor for5ma de organizar o trabalho pedagógico? Qual é o papel da escola na sociedade atual?
Mediante estes questionamentos a escola precisa ser um espaço democrático que não se limita a reproduzir a realidade em que está inserida. Assim, torna-se importante reforçar a compreensão cada vez mais ampliada do projeto educativo como instrumento de autonomia. Essa é a necessidade de conquistar a autonomia para estabelecer a identidade própria da escola, na superação dos problemas da comunidade a que pertence e conhece.
Para Padilha (2001, p. 65), a palavra autonomia significa, dentro da perspectiva da democracia social, “a possibilidade de aproveitar a liberdade, a inteligência criadora e a iniciativa no gerenciamento de sua vida individual, familiar e associativo”.
Portanto, uma escola autônoma é uma escola que tem a liberdade de montar o seu projeto e seu Regimento Interno de forma democrática, a sua elaboração pode resgatar a unidade e a alegria do espaço escolar.
Rosalba Lima Coutinho
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